Inspirado na Professora e também colunista Marion Bach, a qual narra as enrascadas e situações engraçadas que lhe acontecem, hoje meu artigo será diferente dos que normalmente escrevo, até porque estou trancado dentro do meu próprio carro na estrada em plena sexta-feira. Vamos lá.
Acordei hoje pela manhã com uma ótima sensação, a famosa sensação de: SEXTOU! Pois é sexta-feira e meu dia estava todo programado para estar em casa até umas 18h no máximo, comendo um camarão fresco que iria comprar. Pois bem, logo pela manhã recebi uma ligação de uma colega, a qual me indicara um cliente que necessitava de um advogado criminalista com urgência, ela passou meu contato e o rapaz me ligou. O rapaz ao telefone narrou suas angústias acerca de uma situação na qual tinha sido vítima, e, mencionou que precisava conversar comigo na parte da tarde, porém lhe disse que tinha uma audiência criminal em Paranaguá para interrogatório de outro cliente (pensando nos meus camarões) e não poderia atende-lo, sendo que ele desligou logo em seguida que mencionei tal fato (destino querendo que não fosse para a audiência). Não deixei me abalar e fui para casa almoçar, para então, seguir viagem para minha audiência. Após almoçar, sai de casa, fui até o carro e vi que não estava com a chave do carro, voltei para dentro de casa, procurei a chave e voltei com ela em mãos (destino me avisando para não ir, parte 02). Ao chegar no carro novamente, percebi que havia esquecido meus cartões (que advogado anda sem cartões de visita?), então voltei para buscá-los (destino me avisando para não ir, parte 3). Retornando com os cartões e chave nas mãos, percebi que tinha esquecido minha pasta com meu notebook, voltei novamente para dentro de casa, ignorando todos os sinais do destino (que já eram quatro avisos), mas prossegui em minha missão de conseguir entrar dentro do carro com todos os objetos que tinha que levar para a audiência. Assim, e até que enfim, tomei o rumo para o fórum de Paranaguá, a estrada estava lotada, porém prossegui na missão de percorrer os mais ou menos 91 quilômetros. Pois bem, sem mais nenhum aviso do destino até então, cheguei no fórum e adivinha? A dita audiência foi cancelada (destino enviando sinal para ir para casa? Pensei, é sexta-feira, vou ficar mais um pouco). O cliente chegou no fórum (nesse caso sou advogado dativo e nomeado pelo estado), e após uns 05 minutos de conversa com o cliente, explicando todo o processo e o que poderia ser feito, outro advogado chegou. Era o advogado que acabara de ser constituído pela mãe do cliente. Poderia ter ido embora, mas né? Sextou! Então liguei para um amigo também criminalista, para tomarmos um café, e foi o que fizemos. Nesse interim, lá pelas 16h, recebo uma ligação da minha mãe para não esquecer de comprar o camarão (em Paranaguá é mais barato que em Curitiba), pensei: deixa que compro depois de conversar com meu camarada! Saí do escritório do meu colega lá pelas 19h, fui até o mercado do peixe, quando cheguei vi que já estava fechado, fiquei sem os camarões. Agora vou embora! Olhei no GPS, trânsito normal, então pensei: em 1h e 30min estou em casa, ufa! Depois de uns 30 minutos dirigindo e pensando naqueles camarões que deixei de comprar e não iria saborear, eis que o trânsito para, fiquei uns 15 minutos dentro do carro (ainda refletindo sobre os camarões que não comprei), até que resolvi sair para verificar o que havia ocorrido. Chegou a notícia, assaltaram um carro forte na serra-do-mar e a polícia interditou as pistas, um rapaz que também havia descido do carro ficou me olhando (acho que era porque eu estava de terno e gravata), não se aguentou e indagou, o que o Sr. faz? Respondi que era advogado criminalista. Ele me olhou e falou: que ironia né Dr.? O Dr. tira os caras da cadeia e agora tem que ficar parado na estrada por causa de um assalto. Como diria minha mãe, engoli o choro, dei um sorriso amarelo e respondi: pois é! Olhei para a outra pista e vi um posto de gasolina, e pensei, pelo menos posso tomar uma coca enquanto espero, assim, atravessei a via e fui até o posto. Chegando, perguntei ao rapaz que estava no balcão: Boa noite, onde tem refrigerante? O qual de pronto me respondeu: Ali senhor, mas estão quentes porque a geladeira não está funcionando. Resultado: Aqui estou eu, escrevendo esta crônica, dentro do meu carro, parado na estrada, as 23h, tomando uma coca quente e pensando feliz, ainda bem que a peixaria estava fechada e não trouxe os camarões, caso contrário estaria com o carro fedendo a camarão podre. Pois é! SEXTOU! Bryan Bueno Lechenakoski Advogado Criminal Pós-graduando em Processo Penal e Direito Penal na ABDCONST. Pós-graduando em Direito Contemporâneo no Curso Jurídico. Comments are closed.
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ISSN 2526-0456 |