Como toda boa literatura, os romances policiais propiciam algo além do entretenimento gerado pelo enredo cativante de suas produções. Os métodos de investigação dos detetives fictícios estão num patamar próprio, que superam todo o aparato que possui as entidades estatais representadas nessas histórias. Basta lembrar que na maioria desses livros, o investigador protagonista consegue resolver o caso por conta própria, enquanto a polícia consegue chegar apenas até certo ponto que se torna intransponível.
Lembremos aqui daqueles clássicos mais famosos. Hercule Poirot, principal personagem dos romances de Agatha Christie, é um peculiar investigador belga que aprecia fazer um vanglorio sobre si mesmo. Sua conduta é metódica, seu agir é pautado pela ordem, de modo que isso é percebido na própria forma com a qual se apresenta. Por meio de suas “células cinzentas”, Poirot desvenda os crimes que investiga. Seu método é totalmente diferente daquele emprega pela polícia, pois é através de sua mente, desvelando rastros psicológicos, por meio de análises racionais, que o detetive consegue elucidar os mais difíceis caso que se apresentam. Dentre vários bons livros de Agatha Christie que contam com Hercule Poirot como protagonista, destaco aqui “O Misterioso Caso de Styles”, “Treze à Mesa”, “Assassinato no Expresso do Oriente”, “O Natal de Poirot” e “Os Elefantes Não Esquecem”. Sherlock Holmes é um nome obrigatório em diversas listas que apontam bons exemplos literários. Grande ícone da literatura mundial, conquistou o mundo e se faz presente na contemporaneidade como poucos personagens conseguiram. É uma estrela do mundo pop. Criado por Arthur Conan Doyle, o famoso detetive também resolve casos que a polícia britânica não consegue. O método científico é o principal artifício utilizado por Holmes na resolução de seus casos, trabalhando de forma única com uma lógica dedutiva que faz com que o detetive descubra coisas que jamais seriam descobertas de outro modo. Holmes possui uma personalidade forte, sendo uma pessoa um tanto quanto arrogante. Contudo, sua fama o precede, de modo que sempre acaba sendo procurado para investigar os mais variados casos. Dentre os livros que Arthur Conan Doyle escreveu contando com Sherlock Holmes, destaco aqui “Um Estudo em Vermelho”, “O Signo dos Quatro”, “O Cão dos Baskervilles” e “O Último Adeus de Sherlock Holmes”. Georges Simenon foi responsável por outro importante e popular detetive da literatura, o comissário Maigret. O profícuo escritor colocou Maigret em dezenas de seus livros, detetive este que também possui as suas especificidades que contribuíram para colocá-lo no patamar que se encontra no cenário da literatura policial. Importante lembrar aqui também do detetive Dupin, personagem criado por Edgar Allan Poe, o qual já recebeu comentários exclusivos na presente coluna (ver aqui). A literatura possui diversos outros exemplos de bons romances policiais. Excelentes escritores e notáveis personagens permeiam o cenário da literatura policial, conquistando leitores em todo o mundo, tratando-se de um gênero que agrada e convence. Um olhar próprio sobre os romances policiais pode contribuir muito para com o direito. Métodos de investigação, por exemplo, mesmo que alguns distantes da realidade, fornecem bons comparativos exemplificativos para se analisar as formas e regramentos estabelecidos pelo Direito acerca da condução de uma investigação. Os romances policiais, tanto os clássicos como os atuais, estão por aí, aguardando pelos leitores sedentos por este gênero. Vale sempre a leitura! Paulo Silas Taporosky Filho Advogado Especialista em Ciências Penais Especialista em Direito Processual Penal Especialista em Filosofia Mestrando em Direito pela UNINTER Membro da Rede Brasileira de Direito e Literatura Membro da Comissão de Prerrogativas da OAB/PR Comments are closed.
|
ColunaS
All
|
|
Os artigos publicados, por colunistas e convidados, são de responsabilidade exclusiva dos autores, não representando, necessariamente, a opinião ou posicionamento da Sala de Aula Criminal.
ISSN 2526-0456 |