Vilões Instantâneos! O método é muito simples: Pegue um pai de família, um empresário de renome ou até um "herói" e coloque três minutos na cadeia. Pronto, você terá um "vilão"! O julgamento popular é implacável! É sumário e irrecorrível! Basta a prisão para o sujeito se tornar um pária, um verme, um ser asqueroso! Em instantes vai de herói a vilão! É só o tempo de "virar notícia"! O Japonês da Federal é o exemplo do momento, mas está muito longe de ser o único. Na sociedade acostumada a símbolos e rótulos o Japonês deixou de ser símbolo de heroísmo, quando prendia, para receber o rótulo da vilania, ao ser preso! As mãos que o cumprimentavam, agora esticam o dedo para apontá-lo! Agora, será que os julgadores populares (também instantâneos) conhecem o processo do Japonês? Sabem da sua história? Entendem ao menos qual era o seu trabalho? Não estou fazendo a defesa meritória de ninguém. O que me preocupa são os julgamentos instantâneos, de quem quer que seja: do Japonês, daqueles que ele conduziu em sua função ou de qualquer preso. A prisão não apaga a história de ninguém! Quem prende não é herói e quem é preso não é vilão! São apenas pessoas com qualidades e defeitos! Quem erra, que pague pelos seus erros, mas no devido tempo, sem o apedrejamento moral costumeiro nos dias de hoje. André Pontarolli Advogado Criminal
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